Escriba de Broalhos cronicando cenas no belogue sobre cultura audiovisual e artística

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Imprensa

O Humanismo foi a expressão literária dos valores intelectuais renascentistas. Escritores, filósofos e professores traduziam dos originais gregos e latinos, rejeitando as falaciosas versões adulteradas medievais. Renovaram o fascínio pelos escritos clássicos, e promoveram o novo espírito reflectivo, precedido por Dante, Petrarca e Boccaccio.

Eruditos procuraram nas bibliotecas antigas, em ruínas, em busca de originais para preservar e copiar, e também imitar e recriar critica e criativamente. A par da valorização do grego e do latim, preferia-se igualmente a língua materna, nacional, e grandes exemplos desta literatura foram Shakespeare ou Camões. Tudo isto despontou a valorização da experiência pessoal, do espírito crítico, analítico, racional, antropocêntrico, humanista, enfim, a consciência da modernidade.

Thomas More, Eramus, Maquiavel, Rabelais e Damião de Góis foram alguns dos nomes mais influentes da literatura humanista. Estetas, optimistas, amantes da vida, como os clássicos, os humanistas não deixaram de acreditar em Deus quando acreditaram no Homem, e faziam novas pontes entre a Escritura e a interpretação humanista.

E, precisamente nesta época, a difusão de ideias, a comunicação de informação, é revolucionada pelo surgimento da Imprensa, graças a Guttenberg, que reinventa a tipografia, na Alemanha, no século XV. A novidade da Imprensa rapidamente tomou a Europa inteira. Guttenberg terá importado a técnica da Imprensa, mas a melhorado a um nível completamente diferente, com a criação dos tipos metálicos reutilizáveis, com as experiências com diversas misturas de tintas, com a adopção da prensa vinícola e com o uso do suporte do papel, em detrimento do pergaminho – permite-se a maior edição de livros, que os populariza, abrangendo maior público para os seus conteúdos.

Até então, as edições eram lentas, manufacturadas principalmente por monásticos, e cingia-se principalmente a livros religiosos ou romances de cavalaria. Com a nova facilidade de edição, surgem livros de viagens, reedições de clássicos, de medicina ou direito, reflexões humanistas.

A vida cultural progride imensamente com este contributo, sendo emulsionada a divulgação de ideias, correntes culturais, estudos, até as próprias mentalidades. Ainda assim, o livro permaneceu um artigo de luxo explorado por comerciantes especializados.


“A Bela e o Paparazzo”

"A Bela e o Paparazzo", de Vasconcelos

Filme de 2010, por António-Pedro Vasconcelos; uma comédia romântica com nomes como Soraia Chaves, Marco D’Almeida ou Nuno Markl.

O filme gira sobre a insistente invasão da “imprensa cor-de-rosa” na privacidade de celebridades, da pressão envolvida nos meios mediáticos. A história revolve essencialmente em torno de um amor impossível: uma vedeta televisiva e o paparazzo que a persegue. Simultaneamente, segue a história dos companheiros de andar do paparazzo, que pretendem proclamar a independência do condomínio e criar um novo estado.

É um filme aprazível, simples, curto, humorado, inspirado, ainda que o enredo seja algo previsível ou se possa mesmo achar injustificada alguma comédia do Nuno Markl, por vezes “fácil”, como piadas de teor sexual, ou as frases que aparecem nas suas t-shirts.

No estilo mainstream do realizador, agradável mas não descabido de arte, com uma participação secundária de Vasconcelos actuado em frente à câmara, já recorrente nos seus trabalhos.

O filme contou com um single de Jorge Palma, “Tudo por um beijo”, usado da produção e promoção do filme.


Teoria da Comunicação

Primordialmente, entende-se que o propósito da comunicação é ensinar, para que erros não se cometam duas vezes. Na história da comunicação, entendem-se quatro grandes estágios da forma como esta se procedia.

Linguagens de Exteriorização;

Linguagens de Transposição:

Implantação da Imprensa;

Implantação dos Media individuais.

Cada uma destas fases potenciou o alcance e as demais capacidades da comunicação.

A fase das Linguagens de Transposição é a segunda, sucedendo a primeira forma de comunicação inter-humana primitiva, que não passava de uma sucessão de sinais visuais, tácteis ou auditivos. As Linguagens de Transposição surgem a partir do momento em que a comunicação é gravada em códigos de símbolos linguísticos por um interlocutor que, no momento em que deixa a sua mensagem gravada, já não é necessário para que a mensagem se faça chegar a um receptor. Por outras palavras, o interlocutor “transpõe” a sua mensagem num meio por que a faz chegar a um destinatário, e daí a designação de “linguagens de transposição”.

Estas formas de linguagem revolucionaram a transmissão de saberes e informações, permitindo mais e mais eficaz propagação de mensagens de toda a natureza – e sendo o Homem um ser de natureza gregária, a comunicação inter-pessoal é extremamente importante; com as possibilidades de comunicação das “linguagens de transposição”, prepara-se  caminho para o Homem poder-se desenvolver intelectual e culturalmente como nunca antes poderia.