Escriba de Broalhos cronicando cenas no belogue sobre cultura audiovisual e artística

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Semiótica

Sinais são códigos com valores precisos, com carácter informativo. A Semiótica é a sua ciência, também conhecida como Semiologia. Os sinais falados foram profundamente estudados por Saussurre, que os entendeu entre fonemas (sons, signos desprovidos de sentido) e monemas (palavras, signos providos de sentido).

Os sinais, visuais ou auditivos, têm como função ser compreendidos em lugar do que referem, substituem. Os signos informam e evocam emoções estéticas imediatas, e possuem dois significados simultâneos: o que são por si só e o que representam. E tudo pode ser um signo, na medida em que se deduza algo deles.

Os signos divergem em tipo, embora todos signifiquem algo diverso de si mesmos:

Ícone – é o signo com cujo significado o “leitor” mantém uma relação de analogia: um desenho figurativo estilizado, uma fotografia…

Indício – é o signo que mantém relação causal de continuidade física com o que representa: fumo indicando fogo, nuvem indicando chuva…

Símbolo – é o signo que mantém relação de convenção com o que representa (referente): bandeira nacional, pomba da paz…


Ethos, Pathos e Logos

Pela perspectiva de Aristóteles sobre a argumentação, o Discurso Argumentativo integra:

Orador – Ethos;

Corpo Argumentativo/Discurso – Logos;

Auditório – Pathos.

O Ethos liga-se ao discurso deliberativo, fazendo uso da figura de retórica do Exemplo, para generalizar um caso particular, e joga provas éticas. Trata-se de um modo do discurso para aconselhar ou desaconselhar um auditório, e liga-se à autoridade que o locutor projecta.

O Logos liga-se ao discurso judicial, fazendo uso da figura de retórica do Entimema, que subentende premissas dedutíveis para agilizar a argumentação, através de provas lógicas. Trata-se de um modo do discurso para defender ou acusar, passando por atribuir a um caso a sua conjectura (teve ou não lugar?), definição (em que consiste?), qualificação (como caracterizar?) e legalidade (como dita a lei?).

O Pathos liga-se ao discurso epidíctico, fazendo uso da figura de retórica da Amplificação, desenvolvendo uma ideia destacando as suas particularidades. Trata-se de um modo do discurso para elogiar ou condenar publicamente, passando por apelar não só à aprovação mas também à comoção do auditório, inspirando sentimentos fortes neste.

Existe uma outra figura de retórica, a Analogia, que elabora uma razão de semelhança entre o que se tenta argumentar, tema, e um outro elemento da dimensão do real aceite pelo auditório, foro. À laia de exemplo: na moral socrática, Intelectualismo Moral, a sabedoria está para o bem (tema), assim como a ignorância está para o mal (foro).

Todos os discursos argumentativos servem para argumentar, persuadir, influenciar o que se chama de opinião pública.

Opinião pública” é um conceito mutável sociológico, mas que pode, genericamente, referir a opinião que a maioria de um auditório/universo partilha. Pode ser a manifestação do desejo de influenciar directamente políticas, como sugere Hans Speier. É, essencialmente, uma realidade social, política e histórica imprecisa e variante em interpretações, contudo a sua importância num estado é patente desde a Antiguidade. Especialmente nas democracias representativas esta é uma força poderosa, que é de certa forma controlada, até certo ponto, pelos meios de comunicação social, que comandam os fluxos de informação, e de foco mediático. Na sociedade de informações, quem controla a comunicação tem bastante influência na panorâmica cultural, social, mas essencialmente, política. É neste contexto que surgem as modernas formas de propaganda. O domínio da opinião pública tende a tornar as massas acríticas.