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Arquitectura Renascentista

Ordens gregas (dórica, jónica, coríntia)

A arquitectura renascentista é impulsionada pelos primeiros movimentos vanguardistas florentinos – é em Florença que primeiro se tomam os passos inovadores do Renascimento arquitectónico.

A Arquitectura Florentina é a primeira a retornar ao passado clássico, observando a evidente herança greco-romana e recuperando tratados como os do romano Vitrúvio. Assim, surgem novos motivos decorativos e uma busca continuada de proporção ideal, equilibrada e simétrica, em que o estudo/projecto ganha lugar na concepção estruturante do edifício, alicerçado na geometria.

A herança greco-romana é readaptada num movimento Classicista, que volta a dar destaque às ordens arquitectónicas clássicas (dórica, jónica e coríntia; toscana e compósita) e as colunas, ao frontão triangular, ao arco de volta perfeita, abóbadas e cúpulas. Simultaneamente, sobrevaloriza-se a racionalização da estrutura através de rigorosa matematização.

Os principais homens do primeiro renascimento foram:

"Santa Maria del Fiore", por Arnolfo di Cambio, Brunelleschi e Giotto di Bondone

Fillipo Brunelleschi – foi primeiro ourives, mas dedicou-se à arquitectura inspirado no seu estudo de ruínas romanas, fascinado pela volumetria, planificação, decoração desses edifícios; este promove a nova concepção de tipologia religiosa da Igreja, em que o espaço interior se unifica, suprimindo-se a divisão rigorosa em naves. As suas maiores obras incluem a cúpula de Santa Maria del Fiore ou a Igreja de San Spirito.

"Palazzo Rucellai" de Alberti

Leon Battista Alberti – este arquitecto promoveu uma nova tipologia de estruturas urbanas, focando o palazzo (os seus maiores exemplos de edifícios citadinos são o Palazzo Rucellai ( em que usa o opus reticulatum para imitar as ordens decorativas do Coliseu) e Ospedale degli Innocenti); escreveu tratados como “De satua“, de proporção anatómica, “De pictura“, a primeira definição científica da perspectiva linear, ou “De aedificatoria“, que compila a teoria da nova arquitectura pensada sobre a medida do Homem, racionalizada geometricamente.

Com estes homens, o vocabulário construtivo e ornamental clássico é renovado e expandido, numa emergência duma utopia urbanística estruturada sob uma malha regular/alinhamento geométrico, no qual surge destacada uma praça central, novo local nobre elitista. Esta nova projecção lança os edifícios na direcção horizontal, aproximando-a ao Homem, de acordo com o sentimento humanista da Renascença, em detrimento da verticalidade gótica.

"Tempietto di San Pietro" de Bramante

E, a par do urbanismo, a Igreja, no Concílio de Trento, impõe as suas próprias directrizes, como unificação do espaço sob uma única nave, ou a garantia de iluminação para uma visão absoluta do espaço. A fachada e o portal principal permanecem como os trunfos da obra. A arquitectura religiosa também assume plantas de cruz grega em detrimento da latina basilical, preferindo a simetria quadrangular perfeita. Nesta forma arquitectónica, destacou-se Donato Bramante, que erigiu Tempietto di San Pietro e planificou a Basilica di San Pietro, que contou também com a colaboração de, entre outros, Giuliano da Sangallo, Fra Giocondo, Raffaello e Michelangelo.